Pesquisadores analisam planos estaduais de contingência do novo coronavírus

Pesquisadores da Rede CoVida lançaram um novo estudo em que analisam os planos de contingência de oito estados brasileiros durante a pandemia do novo coronavírus. A nota técnica, que pode ser acessada por este link, também traz recomendações para o fortalecimento da resposta do sistema de saúde à covid-19.

Segundo os resultados relacionados à estrutura, entre os estados analisados, metade deles tinha um plano de expansão progressiva de hospitais designados à covid-19. Quanto à equipe, 6 dos 9 estados mostraram maior atenção, através de notas técnicas de prevenção, promoção e proteção aos profissionais de saúde na pandemia. Somente Bahia e Rio de Janeiro estimaram maior atenção para o acolhimento psicológico para trabalhadores da saúde, prevenção, promoção e proteção à saúde mental durante pandemia.

Os resultados sobre os suprimentos indicam que todos os estados têm mecanismos de emergência para compras, registro e gerenciamento preciso de estoque dos suprimentos. Por outro lado, em nenhum dos estados foi encontrado nos planos procedimentos para a verificação dos produtos com especificações técnicas.

Com relação aos sistemas, sete estados apresentaram conjuntos de ações considerando os diferentes estágios do surto e regiões de saúde. Além disso, somente o Maranhão não apresenta os requisitos indicados para a formação de comitês de crise prevendo a participação dos serviços de epidemiologia e vigilância sanitária.

De acordo com o documento, a realização do estudo envolveu a montagem de uma matriz analítica a partir de recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A abordagem analisa o espaço, a estrutura, a equipe e os suprimentos tendo em vista a capacidade de pico de um sistema de saúde.

Foram analisadas informações publicadas em sites de Secretarias de saúde de cada estado, Comissão Intergestora Bipartite (CIB), Diário Oficial dos Estados (DOE), boletins epidemiológicos e notas técnicas, bem como salas de situação de gestão de leitos e insumos estratégicos. Os estados analisados foram São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Amazonas, Pará, Maranhão e Bahia.

Recomendações

Os pesquisadores listaram algumas recomendações para gestores de saúde para o fortalecimento na resposta do sistema de saúde à covid-19. Entre elas estão:

– Desenvolver a capacidade de produzir estimativas e projeções de novos casos e óbitos por covid-19 para adequação da estrutura necessária para a oferta de assistência;

– Garantir orçamento necessário à ampliação da capacidade de estrutura física para oferecer a assistência necessária durante a pandemia (corrigir os efeitos da Emenda Constitucional nº 95 sobre os gastos em saúde);

– Prover estratégias para aumento temporário da força de trabalho em saúde, como contratação e/ou remanejamento de profissionais, remuneração de horas extras, mudança de regime de trabalho (parcial para integral), entre outras;

– Desenvolver estratégias para que os funcionários do grupo de risco ou em quarentena com sintomas leves possam apoiar a resposta assumindo tarefas remotas como telemedicina e telessaúde;

– Identificar e resolver os gargalos da cadeia de suprimentos por meio de soluções abrangendo todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal) para enfrentar a escassez e os desafios logísticos;

– Garantir mecanismos emergenciais para compras, registro e gerenciamento preciso de estoque dos suprimentos;

– Instituir comitês de crise ou enfrentamento da epidemia com o intuito de planejar e gerir uma resposta coordenada ao surto, com uma clara cadeia de comando nos diversos níveis hierárquicos. Esses comitês devem centralizar desde informações clínicas a questões logísticas, e preparar respostas considerando as diferentes capacidades e necessidades de cada região de saúde.

As recomendações e o estudo completo podem ser acessados neste link.

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